terça-feira, 27 de julho de 2010

"...apenas muitos anos, apenas dias..."

O pavor paralisante da espera pelo dia em que eu estarei sozinha; pelo dia que ninguém, em lugar algum, me esperará e o mundo todo, tão logo, estará à minha espera. E não saberão meu nome, e então se sentarão ao meu lado, num idioma que eu entenderei, mas por não ser o pátrio, ignorarei a inteligência, e alguém contará algo chocante, meus olhos continuarão impassíveis, sem enxergar nada. Lágrimas rolarão, enquanto ele desabafa, e eu, indistinto rosto na multidão, me levantarei e seguirei firme, como se há pouco ninguém houvesse suicidado perto de mim.

“Santa Sangre”, mundo, e gente demais, e ninguém que eu conheça. E enquanto caminho, sem a chance de ouvir uma voz conhecida, planejo como acabar com todos os pombos e todas as borboletas, e nada mais me vem à mente que não sejam os filmes de ficção, mas para minha total tristeza e decepção, a humanidade sempre sobrevive. “Será que alguém sabe no que estou pensando, o que estou tramando?”. Tantas conspirações batalham ente si, para que se transformem na minha única idéia - fixa. E com o corpo já cansado, e os olhos quase se fechando, encosto-me numa parede qualquer e, por hoje, este é meu lar: bons sonhos, Stranger.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"... e o resquício de fé que havia..."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Indelicada.

Eu me tornei insuportável, algo que se transformou num disforme som, uma luz que se nega à claridade, mas que ainda ousa me mostrar todos os pavores que há porvir. Em silêncio, tranco-me em suntuoso palácio, e já suas paredes não vejo mais. Pergunto-me tão logo, por onde andas que não mais consigo ouvi-lo; e dito isso, sem maior demora, acalmo sobre a cama as lembranças e, no interior do aconchego, faço livre aquele que tanto me serviu.