quinta-feira, 19 de março de 2009

"...me desculpe o mesmo gesto, meu constante gesto insano..."

Sinto que o tempo passa perdido por mim. Sinto-o, apenas, quando, em silêncio, desejo mais tempo.
A cada amanhecer, vejo que ganhei outro tempo, a dúvida que me consome é o que fazer com ele... Desperdiço-o
Cada amanhecer é mais uma chance de fazer o que é preciso, cada amanhecer é saber que mais um dia jogarei fora.
Quando vejo a vida afastar-se do que estou, receio perder o que me é vital; nem a sede, nem a fome, nem o frio... mas o tempo.
Tempo, tempo, tempo, tempo... É sempre o que peço, e o que renego quando deito e não me levanto, pedindo mais tempo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

'(...) é ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa acontecer. '

É ter os olhos abertos, mas vedado por uma busca ignorante por conhecimento. Nem sempre sinto a Sabedoria tão intrigante. Às vezes é só o escapar de pagar por algum erro, já que nem sempre os acertos no levam ao mérito.
É tentar enxergar mais do que os olhos querem ver. Criar momentaneamente uma explicação infantil para tudo. É tentar viver, por alguns instantes, um quadro surreal.
Eu tentei descrever tudo o que eu vi, quando tentei uma ordem lógica, nada se encaixou. É tudo tão mais interessante, belo e honesto quando eu estou calada, quando eu não preciso explicar o porquê d'eu preferir a noite ao dia. De como me acalmo quando me sinto só e o quanto eu temo ter de prender a vida de alguém a minha.
Lembro-me das longas horas passadas desesperando, e o desejo de ver o sol, como o único fio de acalento após temores de uma noite angustiante. O remédio era dormir, à época algo que beirava o impossível.