Alguma coisa qualquer me dói, me dói muito, profundamente. Sinto-me a tal merda ambulante do mundo, me sinto imperdoavelmente sincera, franca. Algo muda, algo transforma. Sim, havia aqui um pouco de sensibilidade, de desejo franco e desinteressado. Hoje, pulsa no meu peito a vontade de fazer sofrer, a vontade de ver a cor da lágrima, sentir o gosto do sal. Hoje grita alguém sem tempo, e que não sabe amar.
Sim, talvez eu soubesse e talvez eu quisesse. Nada tanto me agrada que eu possa ser outra. Talvez, seja mais fácil deixar o mundo aos fortes, e entregar-me a toda a franqueza que meu estado lamentável clama de mim. Todo o torpor reprimido de uma vontade que eu precisei apagar, macular de honestidade.
Tenho um riso amarelo, como daqueles que mentiram tanto que hoje sabem dizer a verdade como se esta fosse única. Minha voz é grosseira e meu amor tão intenso. Um dia, talvez, leias o que eu disse e saibas que foi para ti. Talvez, um dia, exista um ‘ti’ para tudo o que disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário