domingo, 13 de setembro de 2009

...e numa noite.

Era um desejo egoísta de viver até esgotar todos os sentimentos que levam ao rosto alegria e uma certa dor de prazer. Desejava que toda a noite fosse incrivelmente usada e abusada, que pudesse sentir o que havia para se sentir em toda uma vida, em uma noite. Como se o amanhã não houvesse, e fosse necessário ser feliz hoje, agora e sem nada para nunca mais. Queria só que as pessoas soubessem guardar aquele momento como uma foto, e sem nunca tentar repetir aquele trago, aquela vodka que desordena o mundo, e dá caos a ordem (no clichê mais sincero, talvez, que eu conheça).

Tudo numa noite: e sem telefone (ou msn e orkut) para depois. Aliás, não havia depois. No depois éramos outros, éramos diferentes... não poderia ser igual, não deveria ser igual. Há coisas que não se devem clonar, fazer de novo, devem ser mantidas em segredos, em sentidos: no silêncio total. Aquela noite foi assim, e o telefone não tocou, nunca tocaria.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nova 'era', novo futebol


Há muito tempo que jogos da seleção brasileira em nada me emocionavam, assistia mais por um amor à bola e, talvez, um vulgar mas delicioso patriotismo sem sangue e invasões.

É inegável que jogadores com cara de clubes ou de uma seleção guerreira e querida dão um 'up grade' aos jogos, às disputas. Durantes anos um único nome me era o senhor de toda a torcida que fazia. Um nome que eu sempre quis ver defendendo nossa bela e contraditória (como tudo o que é belo) seleção/nação. Assistimos às estrelas se acabarem e nos decepcionarem; vimos confusões futebolísticas de cunho corrupção arrasar e marcar para sempre um ano, um campeonato ( e que em minha humilde opinião, 2005 deveria ser apagado do nosso futebol como campeonato, mas nunca como exemplo), e uma nação.

Hoje a nossa seleção não tem a cara dos caras (como aqueles de que nos lembramos muito bem, como os da copa de 2006 e boa parte da nossa imprensa 'puxa-saco', ou prostituta das informações; ou egoísta patrocinadora como a final da Copa do Mundo de 1998), mas tem um sentido, um sentimento. Estes novos caras estão horando a camisa, e com exceção de, talvez, um único jogador que só é convocado porque a imprensa ainda o faz jogar, e botando as canelas ao combate me fazem gelar a cara anúncio dos jogos, e a não pensar em nada durante o dia, a semana que não os jogos (como o fez meus pais, quando futebol, ao menos a seleção, ainda era por amor).

São impagáveis os novos jogos, os novos jogadores, e em dada parte, até a nova imprensa.

Uma nova vitória aguarda por nós, mas a mais impressionate veio pelas mãos do criticado e centrado Dunga. E digo mais, o melhor para ele e para a seleção foram as desconfianças e as críticas pesadas e negativas que recebera no começo, na gênese dessa nova etapa do nosso futebol. O Título da copa pode não ser nosso, mas esta seleção tem todo o meu apoio, na vitória e na derrota.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

e os amores?


Sei que é apenas um filme, sei que para muitos filmes são apenas meras distrações, ou perdas de tempo. Mas são mais, muito mais. Minhas experiências, minhas construções, minhas falas, meus modelos, meus ‘anti-heróis’, os tenho a todos nos filmes, ou quase todos. E eu poderia expressar de ‘n’ formas variadas todos aqueles personagens que amo, todos aqueles que eu gostaria de viver ou de amar.

Sim, sou platônica, redundantemente idealista. Tenho as minhas aspirações de perfeição, não as procuro , e jamais quero sê-las. São meu fogo, meu alimento, meu frio, meu abrigo, minha família... Minha euforia representa por atores que não sei os nomes, mas conheço como a mim mesmo cada personagem. Posso descrever seus atos, seu caráter, seus amores. Não me traem, pois confio que o seu melhor é o meu melhor.

Minha frágil existência e minha mínima experiência é completa por meus heróis, por meus vilões e por minhas personagens. Eu as vivo, as sinto, torço, espero, sofro... sou feliz, sempre. Pode se dizer que sou uma estúpida romântica que, simplesmente, ‘enjoa muito facilmente das coisas e das pessoas’. O amor e a paixão não têm data de validade, tampouco devem exigir que se extrapole o que se sente. A magia de se amar é saber quando não se deve prosseguir exigindo, para que jamais julgue perverso o tempo do amor.

Hoje digo que tenho a quem amar, mas que não amo por completo. Amo-o quando ele é o que eu preciso, quando ele é o que eu admiro. Seus outros personagens não me influem, meu amor é meu. Sei amar e amo. Alguém concordou comigo ‘o amor só dá certo quando não acontece’. O velo, meu querido, no silêncio do que não se pode expressar. Amor não tem padrão, ou têm? Para alguns, sei que tem. Para mim, nunca. Formas variadas para se amar, amor que vale tanto quanto a alma que o vê. Uma alma baixa, promíscua, ordinária só vê o mesmo amor, de uma mesma forma: sexo.

Mas, podia eu falar horas e horas sobre o que eu amo, quem eu amo, como amo... Mas seria necessário que eu, apenas, deixasse as páginas em branco. Quero comentar sobre uma personagem, sobre um amor.

Uma vez assisti a um filme que me fascinou, conquistou e que amo: orgulho e preconceito. Se me fosse obrigado nomear um homem perfeito, um homem que eu não posso descrever em motivos, diria, instantaneamente, apenas ‘Mrs. Darcy’. Talvez por uma bela atuação silenciosa do ator Matthew Macfadyen, a personagem que tenha sido o maior êxtase de que já senti ao vislumbrar feminina e romanticamente falando, a silueta de um homem, na sua concepção de Ser.

Julgam-se, os homens, que os bem vistos são aqueles que se perdem em academias e falam besteiras, e as tratam (mulheres) como se fizessem um favor ao olhá-las com lascívia. Outros tanto, fugindo do conceito de ‘mulher gostosona’ se jogam em bibliotecas e se fazem cópias mal feitas de grandes filósofos, que jamais serão. Esqueceram-se que os heróis e os modelos (mesmo que os vilões) não existem para serem igualados. Existem para que se possa saber de um ideal pelo que se vive. Uma mistura de filosofias que possam resultar na sua forma crítica de ver as coisas. Julgo estúpido todo aquele que diz não ser influenciado, ou que têm uma ‘própria consciência crítica’, como se nada o tivesse criado, ou se fosse uma sombra perdida no mundo, largada por próprias reflexões empíricas, mas que ao final, tudo o que se desejou, era que se houvesse no cérebro um conceito para dar. Voltando ao que eu tento dizer, homens se fazem pelas mulheres que procuram, pelo preconceito, às vezes negativo. Uma vulgaridade consciente e, vezes, inconsciente apodera-se do tratar entre as pessoas. No meu silêncio alto, de brando eu tento ouvir aqueles que pouco, como eu, dizem. Os toques sensíveis, e as conversas delicadas me agradam sempre, mesmo que impregnadas de pornografia ou palavrões. Quando os ‘teus’ olhos me mostram o quanto coloca o outro em ponto de caça a ser ‘comida’... as coisas se fizeram em cores que me desagradam e que meus olhos optaram por não ver... Então, se eu pudesse nomear uma ideologia ou, melhor, um desenho da ideologia seria o personagem ‘Mrs. Darcy’ do filme ‘Orgulho e Preconceito’ 2005.