sexta-feira, 4 de setembro de 2009

e os amores?


Sei que é apenas um filme, sei que para muitos filmes são apenas meras distrações, ou perdas de tempo. Mas são mais, muito mais. Minhas experiências, minhas construções, minhas falas, meus modelos, meus ‘anti-heróis’, os tenho a todos nos filmes, ou quase todos. E eu poderia expressar de ‘n’ formas variadas todos aqueles personagens que amo, todos aqueles que eu gostaria de viver ou de amar.

Sim, sou platônica, redundantemente idealista. Tenho as minhas aspirações de perfeição, não as procuro , e jamais quero sê-las. São meu fogo, meu alimento, meu frio, meu abrigo, minha família... Minha euforia representa por atores que não sei os nomes, mas conheço como a mim mesmo cada personagem. Posso descrever seus atos, seu caráter, seus amores. Não me traem, pois confio que o seu melhor é o meu melhor.

Minha frágil existência e minha mínima experiência é completa por meus heróis, por meus vilões e por minhas personagens. Eu as vivo, as sinto, torço, espero, sofro... sou feliz, sempre. Pode se dizer que sou uma estúpida romântica que, simplesmente, ‘enjoa muito facilmente das coisas e das pessoas’. O amor e a paixão não têm data de validade, tampouco devem exigir que se extrapole o que se sente. A magia de se amar é saber quando não se deve prosseguir exigindo, para que jamais julgue perverso o tempo do amor.

Hoje digo que tenho a quem amar, mas que não amo por completo. Amo-o quando ele é o que eu preciso, quando ele é o que eu admiro. Seus outros personagens não me influem, meu amor é meu. Sei amar e amo. Alguém concordou comigo ‘o amor só dá certo quando não acontece’. O velo, meu querido, no silêncio do que não se pode expressar. Amor não tem padrão, ou têm? Para alguns, sei que tem. Para mim, nunca. Formas variadas para se amar, amor que vale tanto quanto a alma que o vê. Uma alma baixa, promíscua, ordinária só vê o mesmo amor, de uma mesma forma: sexo.

Mas, podia eu falar horas e horas sobre o que eu amo, quem eu amo, como amo... Mas seria necessário que eu, apenas, deixasse as páginas em branco. Quero comentar sobre uma personagem, sobre um amor.

Uma vez assisti a um filme que me fascinou, conquistou e que amo: orgulho e preconceito. Se me fosse obrigado nomear um homem perfeito, um homem que eu não posso descrever em motivos, diria, instantaneamente, apenas ‘Mrs. Darcy’. Talvez por uma bela atuação silenciosa do ator Matthew Macfadyen, a personagem que tenha sido o maior êxtase de que já senti ao vislumbrar feminina e romanticamente falando, a silueta de um homem, na sua concepção de Ser.

Julgam-se, os homens, que os bem vistos são aqueles que se perdem em academias e falam besteiras, e as tratam (mulheres) como se fizessem um favor ao olhá-las com lascívia. Outros tanto, fugindo do conceito de ‘mulher gostosona’ se jogam em bibliotecas e se fazem cópias mal feitas de grandes filósofos, que jamais serão. Esqueceram-se que os heróis e os modelos (mesmo que os vilões) não existem para serem igualados. Existem para que se possa saber de um ideal pelo que se vive. Uma mistura de filosofias que possam resultar na sua forma crítica de ver as coisas. Julgo estúpido todo aquele que diz não ser influenciado, ou que têm uma ‘própria consciência crítica’, como se nada o tivesse criado, ou se fosse uma sombra perdida no mundo, largada por próprias reflexões empíricas, mas que ao final, tudo o que se desejou, era que se houvesse no cérebro um conceito para dar. Voltando ao que eu tento dizer, homens se fazem pelas mulheres que procuram, pelo preconceito, às vezes negativo. Uma vulgaridade consciente e, vezes, inconsciente apodera-se do tratar entre as pessoas. No meu silêncio alto, de brando eu tento ouvir aqueles que pouco, como eu, dizem. Os toques sensíveis, e as conversas delicadas me agradam sempre, mesmo que impregnadas de pornografia ou palavrões. Quando os ‘teus’ olhos me mostram o quanto coloca o outro em ponto de caça a ser ‘comida’... as coisas se fizeram em cores que me desagradam e que meus olhos optaram por não ver... Então, se eu pudesse nomear uma ideologia ou, melhor, um desenho da ideologia seria o personagem ‘Mrs. Darcy’ do filme ‘Orgulho e Preconceito’ 2005.

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