Eu tenho sono, e estou cansada das suas loucuras. Por que, hein, você não me deixa aqui, quieta e muda? Quero apenas me deitar. Eu já disse, estou cansada... muito cansada.
Suas pernas já irritam as minhas, quando as toca. Seu cabelo está oleoso, e seus olhos não me dizem nada. Simplesmente nada. Será que você morreu, hein? Morreu? Ou será que quem morreu fui eu? Tanto faz.
Ah! E essa planta. Não aguento mais regá-la. Eu disse a ele que não comprasse, ou que cuidasse dela. Planta suja. Pra quê, hein, esta planta? Aquele cachorro? Ele comprou uma bermuda. Odeio quando ele usa bermuda com regata. Me dá náuseas. Sim, sinto náuseas dele, algum problema? Tanto faz.
Sabe, em outrora eu não me importava com o que eu odiava, e sentia por ele o amor que tenho às coisas que amo. Mas e agora, hein, onde estou? Quem me guarda? Tanto faz.
- Não, por favor, não toque em mim com estas suas mãos.
- Mas você gosta das minhas mãos, Camila. Sempre gostou. Sempre disse que gostava.
- É... eu gostava, e foi por causa delas que estamos juntos. Mas não gosto mais. Não consigo olhar para elas.
- Você tá drogada?
- Não.
- Você é louca, sabia?
- Sim, sim... Já me disseram isso. Não quero mais as tuas mãos.
- Eu as corto. Eu as tiro. Você prefere um homem sem mãos?
- Um homem sem mãos é pior do que um homem com mãos não mais amadas.
- Sua louca. LOUCA.
- Pode, oquei, parar de me chamar de louca. Eu já disse que sou, ou talvez eu seja.
- Hein, Camila, quer uma taça de vinho?
- Hein?
- Não discutirei com você, oquei? Você é louca. Quer vinho ou não?
- Quero. Por favor.
- Ver filme? Ouvir música?
- Não. Só... joga essa planta fora? Corta as mãos?
- Não. Não jogo fora e não corto as mãos. Beber vinho no canudinho não dá.
- É verdade. Oquei. Eu abstraiu.
- Louca
- Tanto faz.
Suas pernas já irritam as minhas, quando as toca. Seu cabelo está oleoso, e seus olhos não me dizem nada. Simplesmente nada. Será que você morreu, hein? Morreu? Ou será que quem morreu fui eu? Tanto faz.
Ah! E essa planta. Não aguento mais regá-la. Eu disse a ele que não comprasse, ou que cuidasse dela. Planta suja. Pra quê, hein, esta planta? Aquele cachorro? Ele comprou uma bermuda. Odeio quando ele usa bermuda com regata. Me dá náuseas. Sim, sinto náuseas dele, algum problema? Tanto faz.
Sabe, em outrora eu não me importava com o que eu odiava, e sentia por ele o amor que tenho às coisas que amo. Mas e agora, hein, onde estou? Quem me guarda? Tanto faz.
- Não, por favor, não toque em mim com estas suas mãos.
- Mas você gosta das minhas mãos, Camila. Sempre gostou. Sempre disse que gostava.
- É... eu gostava, e foi por causa delas que estamos juntos. Mas não gosto mais. Não consigo olhar para elas.
- Você tá drogada?
- Não.
- Você é louca, sabia?
- Sim, sim... Já me disseram isso. Não quero mais as tuas mãos.
- Eu as corto. Eu as tiro. Você prefere um homem sem mãos?
- Um homem sem mãos é pior do que um homem com mãos não mais amadas.
- Sua louca. LOUCA.
- Pode, oquei, parar de me chamar de louca. Eu já disse que sou, ou talvez eu seja.
- Hein, Camila, quer uma taça de vinho?
- Hein?
- Não discutirei com você, oquei? Você é louca. Quer vinho ou não?
- Quero. Por favor.
- Ver filme? Ouvir música?
- Não. Só... joga essa planta fora? Corta as mãos?
- Não. Não jogo fora e não corto as mãos. Beber vinho no canudinho não dá.
- É verdade. Oquei. Eu abstraiu.
- Louca
- Tanto faz.
A náusea é sempre um tipo de loucura, meio solitária, meio feroz, onipresente sempre, como um fantasma, o corcundinha do poema do Benjamin, como aquele medo de infância que projetamos no nojo do outro,das mãos do outro, da boca e do beijo do outro...
ResponderExcluirlindo texto, flor...
Cômico! Hahaha, gostei demais desse! Tanto faz...
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